e se meu time não ganhou?
e se o título nunca vier?
e se a correspondência não chegou?
e se eu não souber o nome daquela mulher?
e se o caminho parece sempre mudar?
e se o destino insiste em me enganar?
e se as pernas começarem a doer?
e se o coração parar de bater?
antes de eu querer
tudo pode acontecer
antes de merecer
um final,
o início,
pode esquecer
o remédio, vou lhes dizer
pegue aquele disco do Sublime
(só vale se for o vinil)
e faça o dia acontecer
o Sol, o entardecer,
agosto quase no fim,
setembro e a primavera
por fim estais afim?!
o resto eu não sei...
mas tenho o controle total
de minha vida
agora, hoje, neste exato momento
cabe apenas a mim
ser assim ou assado
ser bem ou mau encarado
aproveitar o certo
enganar o errado
segunda-feira, 31 de agosto de 2009
Yoga no Quintal
Para os que estão aqui em Florianópolis vai um recado. O projeto Yoga no Quintal está de volta com força total! São práticas que ministro aqui no quintal de casa, para vizinhos, amigos, casais, ou qualquer pessoa que esteja interessada em começar o dia com o pé direito.
As práticas ocorrem as terças e quintas, as 08h da manhã, aqui no final da Rua Mar do Leste no Rio Tavares. Fica então o convite. Venha esticar, respirar, observar, conviver, e depois tomar um café com o pessoal!
:)
As práticas ocorrem as terças e quintas, as 08h da manhã, aqui no final da Rua Mar do Leste no Rio Tavares. Fica então o convite. Venha esticar, respirar, observar, conviver, e depois tomar um café com o pessoal!
:)
sexta-feira, 21 de agosto de 2009
Escatológico!
Ontem eu resolvi fuçar em minha antiga coleção de Cds. Entre tantas coisas bacanas, que marcaram de alguma maneira vários momentos de minha vida, encontrei um disco que escutei "até furar" quando era moleque.
Tudo ao mesmo tempo agora é o último disco do Titãs ainda com a participação de Arnaldo Antunes. Talvez seja realmente o último com a verdadeira essencia da banda. Album visceral, desde a capa que contém imagens de livros de anatomia humana, até as letras, lindas em sua escatologia. Ou como conseguiria justificar uma poesia com o verso "amor, eu quero te ver cagar" ?!
Mas, após escutar mais uma vez esta pérola de 1991, a faixa que mais me chamou a atenção foi Saia de Mim, com letra e voz de Arnaldo Antunes. Segue abaixo a letra da canção, que exprime como um vômito a urgência de ser verdadeiro em pensamento, palavra e ação.
Saia de mim como suor
tudo que eu sei de cor
saia de mim como excreto
tudo que está correto
saia de mim
saia de mim
saia de mim como um peido
tudo que dor perfeito
saia de mim como um grito
tudo que eu acredito
tudo que eu não esqueça
tudo que for certeza
saia de mim vomitado
expelido, exorcizado
saia de mim como escarro
espirro, pus, porra, sarro
sangue, lágrima, catarro
saia de mim a verdade
saia de mim a verdade
saia de mim a verdade
Tudo ao mesmo tempo agora é o último disco do Titãs ainda com a participação de Arnaldo Antunes. Talvez seja realmente o último com a verdadeira essencia da banda. Album visceral, desde a capa que contém imagens de livros de anatomia humana, até as letras, lindas em sua escatologia. Ou como conseguiria justificar uma poesia com o verso "amor, eu quero te ver cagar" ?!
Mas, após escutar mais uma vez esta pérola de 1991, a faixa que mais me chamou a atenção foi Saia de Mim, com letra e voz de Arnaldo Antunes. Segue abaixo a letra da canção, que exprime como um vômito a urgência de ser verdadeiro em pensamento, palavra e ação.
Saia de mim como suor
tudo que eu sei de cor
saia de mim como excreto
tudo que está correto
saia de mim
saia de mim
saia de mim como um peido
tudo que dor perfeito
saia de mim como um grito
tudo que eu acredito
tudo que eu não esqueça
tudo que for certeza
saia de mim vomitado
expelido, exorcizado
saia de mim como escarro
espirro, pus, porra, sarro
sangue, lágrima, catarro
saia de mim a verdade
saia de mim a verdade
saia de mim a verdade
sexta-feira, 14 de agosto de 2009
Ando
Ando meio sem graça
meio sem jeito
meio mais ou menos
uns dias para mais
outros para menos
Ando meio parando
quando paro
volto a andar
meio que sem lugar
para estacionar
Ando meio de saco cheio
de tanto balançar
sem ter vontade de ligar
mas esperando
o telefone chamar
Ando sem ter para onde ir
mas com vontade de chegar
talvez apenas para caminhar
conhecer pessoas, cheiros, sentidos
e tentar outro lugar
Ando mesmo indeciso
entre o tédio e o sorriso
entre o céu e o abismo
talvez aprendendo a voar
entre eles possa passear
meio sem jeito
meio mais ou menos
uns dias para mais
outros para menos
Ando meio parando
quando paro
volto a andar
meio que sem lugar
para estacionar
Ando meio de saco cheio
de tanto balançar
sem ter vontade de ligar
mas esperando
o telefone chamar
Ando sem ter para onde ir
mas com vontade de chegar
talvez apenas para caminhar
conhecer pessoas, cheiros, sentidos
e tentar outro lugar
Ando mesmo indeciso
entre o tédio e o sorriso
entre o céu e o abismo
talvez aprendendo a voar
entre eles possa passear
quarta-feira, 12 de agosto de 2009
O massacre da serra elétrica
Segue um fato bem peculiar que ocorreu durante uma prática que eu ministrava aqui na Ilha de Santa Catarina. Durante a reforma do espaço físico da escola as aulas continuaram acontecendo normalmente, mas isso não impediu que alguns contratempos existissem.
Observe o causo: sala cheia pela manhã, turma bacana formada por praticantes já antigos, todos dedicados e concentrados no Yoga. Finalzinho do yoganidra, todos com corpo e mente já tranquilos se ajeitando para a meditação que se iniciaria em instantes. Tudo lindo, tudo nos conformes. Sem exageros, dava para sentir a vibração de paz naquela manhã.
Sem pedir licença, seu Robson, marceneiro competente e simpático responsável pela reforma da recepção, liga sua serra tico-tico e começa seu extremamente barulhento trabalho. Nem precisa falar que o clima da sala mudou. Drasticamente! Eu praticamente lia os pensamentos de raiva, ódio, desprezo e outras coisas não tão amáveis vindas da mente de cada praticante.
E agora professor, como sair dessa? Como trazer o Yoga para essa situação? - por sorte anos antes algo semelhante ocorrera num grupo de meditação Zazen do qual eu participara. Ao invés do marceneiro, o incomodo era o som de um carro que estacionou em frente ao espaço. Todos do grupo se incomodaram da mesma maneira citada acima. Porém o monge japonês, em sua sabedoria, esperou calmamente vinte minutos até o final de meditação para concluir apenas isto: "Meditar em silêncio fácil, meditar com barulho difícil mas verdadeiro".
Não exitei em citar meu antigo professor, e utilizando suas palavras conseguimos transformar uma situação que parecia perdida em um tema para a meditação que se iniciava. Respire... concentre-se no som da serra elétrica e relaxe!
*** artigo publicado originalmente na Revista Prana Yoga Journal de agosto/2009
Observe o causo: sala cheia pela manhã, turma bacana formada por praticantes já antigos, todos dedicados e concentrados no Yoga. Finalzinho do yoganidra, todos com corpo e mente já tranquilos se ajeitando para a meditação que se iniciaria em instantes. Tudo lindo, tudo nos conformes. Sem exageros, dava para sentir a vibração de paz naquela manhã.
Sem pedir licença, seu Robson, marceneiro competente e simpático responsável pela reforma da recepção, liga sua serra tico-tico e começa seu extremamente barulhento trabalho. Nem precisa falar que o clima da sala mudou. Drasticamente! Eu praticamente lia os pensamentos de raiva, ódio, desprezo e outras coisas não tão amáveis vindas da mente de cada praticante.
E agora professor, como sair dessa? Como trazer o Yoga para essa situação? - por sorte anos antes algo semelhante ocorrera num grupo de meditação Zazen do qual eu participara. Ao invés do marceneiro, o incomodo era o som de um carro que estacionou em frente ao espaço. Todos do grupo se incomodaram da mesma maneira citada acima. Porém o monge japonês, em sua sabedoria, esperou calmamente vinte minutos até o final de meditação para concluir apenas isto: "Meditar em silêncio fácil, meditar com barulho difícil mas verdadeiro".
Não exitei em citar meu antigo professor, e utilizando suas palavras conseguimos transformar uma situação que parecia perdida em um tema para a meditação que se iniciava. Respire... concentre-se no som da serra elétrica e relaxe!
*** artigo publicado originalmente na Revista Prana Yoga Journal de agosto/2009
Dá um samba?!
Esse é um caso de mulher
que ficou com meu samba canção
e também com o meu boné,
me tirou a roupa do corpo
e com seu espírito solto
conquistou-me com sua magia.
Bem que ela avisou que de onde vinha
todas tinham fama de feitiçaria
e eu a zombar do desconhecido
sigo, fito e regozijo
agora aflito sob o efeito do feitiço.
que ficou com meu samba canção
e também com o meu boné,
me tirou a roupa do corpo
e com seu espírito solto
conquistou-me com sua magia.
Bem que ela avisou que de onde vinha
todas tinham fama de feitiçaria
e eu a zombar do desconhecido
sigo, fito e regozijo
agora aflito sob o efeito do feitiço.
sábado, 8 de agosto de 2009
o absoluto
Quando percebi a dimensão de Deus estremeci!
Sem limitações, pleno e absoluto
o que permeia mesmo
quando não há o que permear
O que em todos habita
sem ser habitado por ninguém
Ele é o que sou
por trás de minha ignorância.
Ele é o conhecimento.
A luz dos fatos que reside
na alegria e na dor
mostrando as faces da mesma moeda.
Ou então o que seria a felicidade
além da pausa da tristeza?
Um truque de ilusão!
O que buscas num sorriso compõe uma lágrima.
Sem limitações, pleno e absoluto
o que permeia mesmo
quando não há o que permear
O que em todos habita
sem ser habitado por ninguém
Ele é o que sou
por trás de minha ignorância.
Ele é o conhecimento.
A luz dos fatos que reside
na alegria e na dor
mostrando as faces da mesma moeda.
Ou então o que seria a felicidade
além da pausa da tristeza?
Um truque de ilusão!
O que buscas num sorriso compõe uma lágrima.
sexta-feira, 7 de agosto de 2009
de olho na multidão inerte
Segue por aí que o amor é uma coisa boa.
Segue pelas ruas que é feliz apenas quem o encontrou.
Sabes que sei que talvez sabíamos dessa verdade, porém todavia
a sabedoria pode ser apenas conto da carrochinha
quando algo deveras elucidante chega e detona a realidade suposta.
Desça do céu, sabes como é?
Entregue apenas àqueles que sabem porque
queriam saber e decentemente buscaram
entender a profundidade do ser vivente.
Bípede, esguio e arrogante
auto intitulado ser regente
do terceiro planeta de um minúsculo sistema
de uma galáxia qualquer na beira do universo.
Perplexa imensidão mesquinha
que em escala de formigas
não passa de uma ida a esquina do formigueiro
e voltar logo após carregando meia dúzia
de folhinhas e gravetos.
Coisa de um domingão sem inspiração!
Enquanto a empáfia segue ao toque de caixa,
o vento sopra e o fogo queima,
a cigarra canta, avoa e troca de casca
em algum tronco e deixa assim
um mundo intenso de sonhos
para a criança que encontrá-la.
Tenha dó! Não sabe observar?
O amor é o resumo da ópera
ensaiada, cantada e encenada
pela multidão inerte,
fotossintética, exoesquelética,
quadrupede e qualquer adjetivalóide
que apontamos com o indicador
como reles irracionais.
Amar é estar distraído para sentir e viver!
Fernando Pessoa o disse e o diga.
Segue pelas ruas que é feliz apenas quem o encontrou.
Sabes que sei que talvez sabíamos dessa verdade, porém todavia
a sabedoria pode ser apenas conto da carrochinha
quando algo deveras elucidante chega e detona a realidade suposta.
Desça do céu, sabes como é?
Entregue apenas àqueles que sabem porque
queriam saber e decentemente buscaram
entender a profundidade do ser vivente.
Bípede, esguio e arrogante
auto intitulado ser regente
do terceiro planeta de um minúsculo sistema
de uma galáxia qualquer na beira do universo.
Perplexa imensidão mesquinha
que em escala de formigas
não passa de uma ida a esquina do formigueiro
e voltar logo após carregando meia dúzia
de folhinhas e gravetos.
Coisa de um domingão sem inspiração!
Enquanto a empáfia segue ao toque de caixa,
o vento sopra e o fogo queima,
a cigarra canta, avoa e troca de casca
em algum tronco e deixa assim
um mundo intenso de sonhos
para a criança que encontrá-la.
Tenha dó! Não sabe observar?
O amor é o resumo da ópera
ensaiada, cantada e encenada
pela multidão inerte,
fotossintética, exoesquelética,
quadrupede e qualquer adjetivalóide
que apontamos com o indicador
como reles irracionais.
Amar é estar distraído para sentir e viver!
Fernando Pessoa o disse e o diga.
quinta-feira, 6 de agosto de 2009
Infeste
Eu venho de todas as partes
Por todas as vias
Trazendo as vontades de todas as crias
Eu sou
Uma couraça pros dias de fúria
Nervos de aço pra cada aventura
Corpo fechado até sua altura
Estou
Costas quentes
Dentes acesos
Olhos de espelho
Cabeça de leão
Lançando o perigo na ponta do enfeite
Estica o caminho quem manda no chão
Já que fui ontem
Estarei no amanhã
Brincando de outra pessoa
Invadindo outro mundo
Eu vou
Eu vou
...............................................................................
Enquanto novas coisas são criadas em minha mente e no meu Ser, boas músicas infestam minha cabeça! Ouça sempre Nação Zumbi.
Por todas as vias
Trazendo as vontades de todas as crias
Eu sou
Uma couraça pros dias de fúria
Nervos de aço pra cada aventura
Corpo fechado até sua altura
Estou
Costas quentes
Dentes acesos
Olhos de espelho
Cabeça de leão
Lançando o perigo na ponta do enfeite
Estica o caminho quem manda no chão
Já que fui ontem
Estarei no amanhã
Brincando de outra pessoa
Invadindo outro mundo
Eu vou
Eu vou
...............................................................................
Enquanto novas coisas são criadas em minha mente e no meu Ser, boas músicas infestam minha cabeça! Ouça sempre Nação Zumbi.
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