quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

Tempo pra gastar




Tenho tempo pra gastar
Tenho tempo pra passar a hora
Tenho tempo pra desperdiçar
Tenho tempo pra jogar fora
Tempo de sobra pra levar
O tempo que resta pra ir embora
Tempo de sobra pra esperar
O tempo que resta a partir de agora
Eu realmente não sei
Que horas são
Eu realmente não sei
Que horas são
Tem lugar de sobra até aonde posso ver
Tem espaço bastante pra se perder
Tem lugar de sobra até aonde posso enxergar
Tem espaço bastante pra ter que parar
Tenho o dia inteiro pra andar
Eu quero o dia todo pra andar sem direção
Tenho quatro paredes pra derrubar
Eu quero quatro paredes pra pôr no chão
Eu realmente não sei em que mês estamos
Eu realmente não sei qual é o dia do ano
Eu realmente não quero saber
Eu realmente não quero saber

quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

Yoga no Quintal


Yoga no Quintal

aśṭāṅga vinyasa yoga

Segundas e Quartas as 07h30 da manhã

Rua Mar do Leste, 620 (final da primeira rua atrás do Núcleo Educacional)

quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

Firme Forte Sempre

Então o que quero dizer é que fico me observando de perto com carinho e atenção, com tempo pra suportar cada emoção. Com o olho, aquele, o terceiro, aberto não pra fora, mas pra dentro, focado no centro, no ser que tudo sente e só ressente não ser atualmente levado a serio. É serio! Ele se sente só num verdadeiro nó de carne, sangue, nervos densos, pesados e tensos.

Isso faz meu olhar chegar perto ao coração, esse não mente, NAO! Esse sabe o que quer e grita para sua inimiga a mente, essa sim, calunias e difamação, atrapalha, engana, e tem poder de afastar do amigo coração o seu verdadeiro caminho, aquele que ele não poderia se afastar. Mas ele cala por um tempo, ajoelha-se perante aquela que engana e apaga sua chama por momentos. Mas subitamente ferve quente e retorna o que antes havia adormecido. E como que num zumbido de um enxame sem precedentes o antes vira presente, e o presente se faz futuro, não como um murmúrio, sim... como uma torrente firme forte e sempre, metros de água acima do leito normal, sem medo, excelente, forte, firme e sempre, não se esquece, não passa, não se extingue pois não há fumaça que abafe o peito existente.

Firme, forte e sempre. Bate assim o peito dormente, firme forte sempre

E agora ha, existe, é verdade, segue sem alarde, mas sente falta do amor não presente, distante quilômetros e perto centímetros, além do alcance, repousa ao lado, o cheiro ainda o sente, o toque que ainda é, o berço ao dormir no colo da mulher. O melhor sono, o sonho mais verdadeiro, intenso transformador, que não vou deixar passar, não vou, tudo no colo da mulher. Pronome pessoal, artigo pessoal, tudo pra apontar que é a dona do quintal. Porque a vontade que nasce transborda e jorra palavras que não vou dizer, prazeres que não vou ter, sussurros ao pé do ouvido.... Quem erra e deixa o momento passar merece outra chance para tentar? Pergunto pois não sou eu que vou ter respostas a dar. Pergunto pois só cabe perguntar, pergunto mesmo pra não calar.

Sabe os dados, estão ainda a rolar, nem sorte nem azar, nem 1 nem o 6, porem talvez eles vão parar. E quando momento indefinível chegar mais uma vez o universo vai lhe dizer "agora é com você" e o agora se fará presente, passado futuro presente o rosto em frente ao muro, que não aprisiona mas que esta ali para ir a lona com um soco potente e o que ha atrás não vou lhe contar pois sabes, muito bem sabes, mas não ousas cantar, talvez apenas em silencio quando não esta ninguém vendo quando não ha ninguém pra julgar. Mesmo assim cante, cante para dentro se isso for necessário e você vai perceber que ao menos um entre milhões quer ouvir e sempre ouvir sua voz ressoar.

quarta-feira, 29 de outubro de 2008

Yoga Sangam 2008


Mais um vez o Yoga Sangam foi realmente bacana! Sempre bom voltar a Mariscal, rever amigos e professores e ainda ter oportunidade de aprender mais um pouco sobre yoga, vedanta e afins. Essa foto foi tirada pela Cacau em um dos Kirtans realizados no encontro. Namaste!


domingo, 19 de outubro de 2008

Mantra ao alimento




brahmārpaṇaṁ brahmahaviḥ brahmāgnau brahmaṇā hutam brahmaiva tena gantavyaṁ brahmakarmasamādhinā

...


O oferecimento é Brahman, o Absoluto, o que é oferecido é Brahman, o instrumento de oferecimento é Brahman, o fogo no qual o oferecimento é feito é Brahman. Brahman é alcançado por aquele que permanece na visão de Brahman.

...


Retirado de Orações Milenares - Glória Arieira




domingo, 14 de setembro de 2008

Prática Mysore



Este é o método tradicional de se aprender Ashtanga Yoga. É a forma utilizada pelo guru Sri K. Pattabhi Jois para ensinar em sua escola, localizada na cidade de Mysore, Índia – daí o nome “estilo Mysore”. Neste tipo de aula cada aluno trabalha no seu próprio ritmo, e o professor assiste e ajusta individualmente quando necessário.

Desta maneira, as séries do Ashtanga são aprendidas e executadas de memória, postura por postura, com novos asanas sendo adicionados quando o aluno estiver capacitado a recebê-los. Assim, na maior parte do tempo, o aluno trabalha sem ser guiado pelo professor. Cada praticante segue em seu ritmo e vai aprendendo novas posturas quando já sabe fazer a anterior. As novas posturas podem ser instruídas de uma forma adaptada até que o praticante consiga fazê-las com estabilidade e conforto em sua forma mais completa.

Aulas do tipo Mysore abrigam estudantes de diferentes níveis de habilidade trabalhando lado a lado. Ao mesmo tempo pode-se ensinar alunos novos e antigos, no mesmo horário, tornando a prática muito mais eficiente e personalizada.

Vale lembrar que o aluno não precisa necessariamente chegar no inicio da aula. Por ser de caráter pessoal, cada um inicia e termina sua prática de acordo com seu ritmo. Assim é possível que um praticante esteja terminando sua prática enquanto outro ainda está começando as posturas finais.

O Yogashala oferece aulas no estilo Mysore todas as terças e quintas-feiras das 06 30h as 08 00h da manhã. São uma hora e meia em que cada aluno pode organizar seu horário de prática como lhe convir. O professor Ciro Castro estará à disposição durante todo este período.

Venha sempre com roupas leves, não se esqueça de trazer uma toalha para auxiliar nos ajustes e boas práticas. Namastê!

Para saber mais:

www.kpjayi.org/ - site oficial do Shri K. Pattabhi Jois Ashtanga Institute

sábado, 13 de setembro de 2008

Mantra Final




om

asato mā sad gamaya

tamaso mā jyotir gamaya

mrtyor mā mrtaṁ gamaya

om


Do irreal conduz-me ao real
Das trevas, conduz-me à luz
Da morte, conduz-me à imortalidade



Mantra da Paz




om

saha nā vavatu

saha nau bhunaktu

saha vīryaṁ karavāvahai

tejasvināvadhītamastu mā vidviṣāvahai

om


Que todos nós sejamos protegidos
Que todos nós sejamos nutridos
Que trabalhemos juntos com grande energia
Que o nosso estudo seja brilhante e efetivo
Que não nos odiemos ou disputemos um com outro


Mantra para remoção de obstáculos





om

vakratunda mahākāya

kotisūrya samaprabha

avighnam kurumedeva

sarvakāryesu sarvadā

om



Aquele que tem a tromba curva,
de corpo gigante, que brilha como milhões de sóis,
remova os obstáculos, meu Deus,
em todas as ações que eu fizer.



Mangala Mantra




om

svastih prajābhyah paripālayantām

nyāyena mārgena mahim mahīśāh |

gobrāhmanebhyah śubhamastu nityam

lokāh samastāh sukhino bhavantu ||

om


Que a prosperidade seja glorificada
Que os líderes da terra protejam a todos mantendo o caminho correto
Que haja o bem para aqueles que sabem que a terra é sagrada
Que todos os mundos sejam felizes


terça-feira, 2 de setembro de 2008

Ashtanga Yoga Mantra

Atendendo a pedidos publicarei uma serie de mantras mais utilizados durante as praticas. Namaste!


वन्दे गुरुनम् चरनरविन्दे

सन्दर्सित स्वत्म सुखव बोधे

निह् स्रेयसे जन्गलिकयमने

सम्सर : अल हल मोहसन्त्यै

आबहु पुरुसकरम्

षन्खचक्रसि धरिनम्

षहस्र सिरसम् स्वेतम्

रनममि पतन्जलिम्

Om

Vande gurunam caranaravinde

Sandarsita svatma sukhava bodhe

Nih sreyase jangalikayamane

Samsara Hala hala mohasantyai

Abahu purusakaram

Sankhacakrasi dharinam

Sahasra sirasam svetam

Pranamami patanjalim

Om

Saúdo os pés de lótus do mestre

Que ensina o justo saber e mostra

O caminho para o despertar da alma, aquele que esta

Alem das comparações e que, como o medico da selva,

Extrai da consciência o veneno da ignorância.

Inclino-me frente ao sábio Patanjali,

Que tem forma humana na parte superior do corpo,

Que segura uma espada, uma concha e um disco,

E que esta coroado por uma serpente de mil cabeças.

quarta-feira, 20 de agosto de 2008

A respiração e o yoga

A respiração e o yoga

Ponto fundamental de qualquer escola ou linha de yoga, a respiração fornece a base estrutural na qual o praticante atento constrói todos os alicerces de seu sadhana (pratica cotidiana). Se aventurar pelo yoga sem a atenção especial na qualidade, no ritmo e na intensidade do trabalho pulmonar seria o mesmo que vagar numa terra desconhecida sem qualquer instrumento de orientação.

Respirar, como todos sabem, é o principio básico da vida. Da mesma maneira, também é um ponto de suma importância no universo do yoga. Seja durante a pratica física ou nos exercícios de expansão do prana (alento vital) bem como em momentos de meditação, respirar bem significa praticar com propriedade e sabedoria.


Processo de levar o ar para dentro e fora dos pulmões, causado por uma mudança tridimensional no formato das cavidades torácica e abdominal – assim é definida a respiração no guia Anatomia da Yoga (sic) de Leslie Kaminoff. Podemos então aproximar os termos conhecidos na literatura do yoga aos descritos acima. No caso especifico da tradição do Ashtanga Vinyasa Yoga é recomendado que nunca se pratique asanas sem se observar a relação intima dos mesmos com os momentos de inspiração e exalação. Logo no primeiro dia de pratica já se percebe uma atenção especial entre montar, permanecer e sair de qualquer postura e ainda respirar de forma sincronizada e precisa, respeitando o conceito de Vinyasa Krama. Para seguir este conceito deve-se estar atento a correta preparação para cada postura, considerando a sincronia entre asana e respiração. Assim, não é à toa que o instrutor guie o aluno de forma pontual apontando cada movimento e a maneira de respirar durante e entre cada postura. Apenas ao compreender profundamente o Vinyasa Krama pode-se conseguir o objetivo descrito no Yoga Sutra de Patanjali – texto de aforismos seminal da tradição do yoga - de permanecer com estabilidade e conforto em todo e qualquer asana.

É neste momento que o Ujjayi Pranayama entra em destaque. Esta respiração na base da garganta com leve contração na laringe para que se estreite a passagem do ar, produz um suave ruído e, por conseqüência, maior controle e ganho de consciência do fluxo continuo de oxigênio inalado. O Ujjayi, ou mesmo, a respiração vitoriosa, aumenta internamente o calor corporal estimulando a transpiração e desta forma eliminando impurezas através do suor intenso gerado pela sua união com a pratica de posturas. Por regular o funcionamento da glândula tireóide e do sistema endócrino este pranayama possui caráter profilático.

Completando o método do Ashtanga Vinyasa, os fechos de energia, também conhecidos por bandhas funcionam como bainhas proteção advindas da contração dos músculos que formam a região do assoalho pélvico e da região profunda do baixo ventre – conhecidos respectivamente por mula bandha e uddyana bandha. Estes movimentos diafragmáticos redistribuem a tensão mecânica da respiração, e desta forma oferecem maior estabilidade ao corpo e também geram calor interno expandindo e desenvolvendo força e potencia física. Sendo assim, os bandhas dão apoio à dinâmica respiratória do organismo e, por conseguinte, nutrem o mesmo. A união entre a sincronia do vinyasa krama, a energia do ujjayi pranayama e a estabilidade dos bandhas levam o praticante a novos níveis de consciência respiratória e corporal, descobrindo-se novas fronteiras físicas e psíquicas.

Mas por que a respiração merece tanta atenção no yoga? Alem dos motivos descritos acima, ela traz ao nosso corpo o prana, ou seja, a vitalidade. Aquele que domina sua respiração possui uma melhor distribuição de vitalidade por todo organismo. Quando o prana não é distribuído satisfatoriamente percebem-se estados de prostração, falta de vigor físico e mental ou mesmo motivação. Em casos mais extremos, quadros depressivos e ainda doenças físicas podem desenvolver-se. Mais uma vez, o Yoga Sutra adverte no aforismo 1.31 sobre os malefícios de uma respiração perturbada citando svasaprasvasa, ou seja, dificuldade de controlar a própria respiração como um indicio, um sintoma que os obstáculos a pratica de yoga estão se enraizando. Por outro lado, aquele que já esta seguro e expande o alento vital a todas as células de seu corpo, experiencia a sensação de contentamento e tranqüilidade pois a quantidade de prana em seu organismo é elevada. Não dissipando ou perdendo vitalidade a mente se torna mais serena e as mazelas do corpo não o perturbam mais.

O yoga não existe sem a respiração. O poder vindo de seu devido domínio dá maestria ao praticante, fazendo com que o mesmo possua corpo físico saudável, níveis de energia elevados em fluxo continuo no organismo e por fim uma mente tranqüila e focada no momento presente, aproximando sua consciência a níveis sutis de percepção.

Saiba mais:

Luz na vida – B.K.S Iyengar

Anatomia da Yoga – Leslie Kaminoff

Ciro Castro

Florianópolis, 20 de agosto de 2008

Ahimsa em pensamento, palavra e ação

अहिम्स

Ahimsa em pensamento, palavra e ação

Patanjali enumera os Yama, ou seja, as prescrições éticas que um yogui deve seguir, a partir da não-violência. Adquirir não apenas atitudes e ações, mas certamente pensamentos e sentimentos não violentos fundamentam a base da personalidade de um aspirante ao Yoga. Mas o que realmente consiste este conceito e, indo alem, como seria a pratica mais adequada ao mesmo?

O renomado professor romeno Mircea Eliade fundamenta este pensamento num pequeno trecho no segundo capitulo de seu livro Yoga, Imortalidade e Liberdade: “Os refreamentos (yama) e as disciplinas (nyama) tem suas raízes no ahimsa e tendem a completar o ahimsa”. Este seria o ponto iniciatico do qual se desdobram todos os outros parâmetros descritos no Yoga Sutra. Desta forma, apenas com a mente e o coração livres de estímulos agressivos pode-se vivenciar os Yama e Nyama seguintes. Isso parece ser claro, pois como teremos a consideração exigida por Satya, a veracidade, sem o conceito de ahimsa devidamente enraizado? Ou mesmo, seria possível vivenciar a ausência de cobiça, Asteya, com impulsos agressivos?

Em seus comentários, Sri Swami Satchidananda explica que ahimsa significa “não causar dor”. Diferentemente de não matar, pois “causar dor pode ser ainda pior que matar”. No trigésimo quinto sutra Patanjali diz: Ahimsa pratisthayam tat samnidhau vaira tyagah – Na presença de alguém com princípios assentados em não violência, cessam todas as hostilidades. Satchidananda conclui: “Quando o voto de ahimsa e assumido por alguém, são cessadas todas as animosidades na sua presença porque esta pessoa emite vibrações harmoniosas. (...) Quando e continuamente praticado em pensamento, palavra e ação por algum tempo, estas vibrações serão constantemente emanadas por elas”.

Fazendo uma analise as avessas do descrito acima, quando estamos em um longo e demorado engarrafamento todos os motoristas permanecem calmos ate o primeiro buzinar e contagiar os outros com sua impaciência e logo se forma uma sinfonia barulhenta. Fica claro que a raiva foi contagiosa e assim, da mesma maneira, a ausência dela também e.

Trazendo luz ao estudo deste primeiro yama, T.K.V Desikachar relata no livro O Coração do Yoga que “ahimsa e mais do que ausência de himsa (ausência de violência). Significa gentileza, amizade e consideração cuidadosa por outras pessoas e coisas”. Mais adiante comenta: “... significa agir com gentileza para conosco. Podemos, como vegetarianos, nos achar em situações em que há apenas carne para comer. E melhor morrer de fome do que comer o que há? (...) ficar preso aos nossos princípios mostraria falta de consideração e ate arrogância”.

Vale ressaltar que um dos grandes nomes da espiritualidade do século 20 ficou conhecido praticamente por se dedicar sincera e profundamente ao conceito da não violência, da não agressividade, de não causar dor. Mahatma Gandhi, a grande alma que em sua luta pacifica fundamentou a independência da mãe Índia através do conceito da não cooperação aos seus opressores, iniciou uma severa greve de fome quando soube que seus conterrâneos e seguidores estavam reagindo de forma violenta às ações do exercito inglês.

quarta-feira, 16 de julho de 2008

Prioridades

Paz não se pede, paz se conquista E não será com guerra pois guerra-santa não existe, não insista Guerra-santa, paz satânica? Acho que não Permita-me lembrar o que disse avatar mais notado da história da nossa esfera: “não sobrará pedra sobre pedra” Pois se querem mesmo a paz, porque as armas continuam a ser fabricadas em massa em nossa era? Tudo nesse mundo é emprestado, não faz sentido algum então ficar apegado, agregado ao que não te leva mais além, não te deixa sossegado Pois se a liberdade hoje se parece com 1 cigarro ou com o carro mais potente do mercado Me desculpe, mas as bolas foram trocadas bem na sua frente E você nem se tocou; pagou, comprou, levou assim mesmo o seu atual presente: felicidade completa como uma boca sem dente, tão libertário quanto uma bola de ferro com corrente algemada aos seus pés. Eu digo: crescimento econômico não gerará paz na terra, já que a estatística do lucro não leva em conta a miséria. Também pudera: Miséria de alma gera miséria humana, nada mais, nada menos que o reflexo da nossa atmosfera interna Supunhetemos, hipotéticamente, então, distribuição ecumênica de renda e informação, os primeiros passos de evolução nesse plano, além de iluminar com sapiência divina parco conhecimento humano Pois nessa época de carro na frente dos bois; supérfulo na frente, necessidade depois Nossa capacidade de enxergar a realidade vale mais do que a riqueza de mil cidades PRIORIZE AS PRIORIDADES, AMIZADE PRIORIZE AS PRIORIDADES, CUPADI PRIORIZE AS PRIORIDADES, CAMARADAGEM PRIORIZE O QUE FARÁ DIFERENÇA NA SUA PASSAGEM Somos atores que vestiram a carapuça e se confudiram com seus personagens; auto-sabotagem Esmagamos a nós mesmos com nossa auto-imagem A tal da ego-esclerose como diria o professor Hermógenes Mas veja bem, não tô aqui numa de inquisidor pois como se diz: “Hoje pavão, amanhã espanador” Nos encontramos no mesmo titanic Até o último minuto, você me pede que fique, eu digo que fico, Porém me confudir com um fanático religioso é o mesmo que confudir remédio pra micose com pó-de-mico Osmose é como classifico quase que de vez em sempre o comportamento humano: o que quase todos fazem é o certo, o resto é pura viagem, ledo engano Então é isso: living la vida tosca! No acordo, o chifrudo entra com a pemba, o mundo inteiro entra com a rosca Pede a Deus que te livre das moscas, mas não pensa em nenhum momento em limpar realmente a sua casa; para com esse tipo de atitude eu faço como Tim Maia, o mestre, fazia quando queria passar o lima nos seus shows na gringa: “Send the lima!” Pois nessa época de carro na frente dos bois, o que é necessário não pode ser deixado pra depois Nossa capacidade de enxergar a realidade será nosso passaporte de liberdade (off de babylon) Nosso maior inimigo somos nós mesmos Reféns de nossa própria ignorância (ignorância da própria) Orgulho, às vezes o que o espelho mostra é duro de ver Admitir que o que tu critica é bem parecido com você Realidade que choca, mudança de comportamento tão lenta quanto uma tartaruga judoca Corpo sem alma é como um vinil que não toca Na real, a gente é como o sol, não nasce nem morre, só sai do campo de visão normal E como ele, energia eterna, irmão Transição de milênio, reta final 100% Os dias passam na velocidade de 1 pavio de bomba aceso


Bnegao e os seletores de frequencia

sexta-feira, 11 de julho de 2008

Eu vou torcer

Eu vou torcer pela paz
Pela alegria, pelo amor
Pelas moças bonitas
Eu vou torcer, eu vou

Pelo inverno, pelo sorriso
Pela primavera, pela namorada
Pelo verão, pelo céu azul
Pelo outono, pela dignidade
Pelo verde lindo desse mar
Pelas moças bonitas eu vou torcer, eu vou

Eu vou torcer pela paz
Pela alegria, pelo amor
Pelas moças bonitas
Eu vou torcer, eu vou

Pelas coisas úteis que se pode comprar
Com dez cruzeiros
Pelo bem estar, pela compreensão
Pela agricultura celeste, pelo coração
Pelo jardim da cidade, pela sugestão
Pelo Santo Tomás de Aquino
Pelo meu irmão
Pelo Gato Barbieri,
(...)
Pelo meu amigo que sofre do coração

Pelas moças bonitas
Eu vou torcer, eu vou
Eu vou torcer pela paz
Pela alegria, pelo amor

Pelas moças bonitas
Eu vou torcer, eu vou
Pelas dondocas bonitas
Eu vou torcer, eu vou.


Disco Tabua de Esmeralda - Jorge Ben

quarta-feira, 9 de julho de 2008

Tabacaria

Tabacaria (trecho)

Nao sou nada
Nunca serei nada.
Nao posso querer ser nada.
A parte isso, tenho em mim todos os sonhos do mundo.

Janelas do meu quarto,
Do meu quarto de um dos milhoes do mundo que ninguem sabe quem e
(E se soubessem quem e, o que saberiam?).
Dais para o misterio de uma rua cruzada constantemente por gente,
Para uma rua inacessivel a todos os pensamentos,
Real, impossivelmente real, certa, desconhecidamente certa,
Com o misterio das coisas por baixo das pedras e dos seres,
Com a morte a por umidade nas paredes e cabelos brancos nos homens,
Com o Destino a conduzir a carroca de tudo pela estrada de nada.
Estou hoje vencido, como se soubesse a verdade.
Estou hoje lucido, como se estivesse para morrer,
E nao tivesse mais irmandade com as coisas
Senao uma despedida, tornando-se esta casa e este lado da rua
A fileira de carruagens de um comboio, e uma partida apitada
De dentro da minha cabeca,
E uma sacudidela dos meus nervos e um ranger de ossos na ida.

Estou hoje perplexo, como quem pensou e achou e esqueceu.
Estou hoje dividido entre a lealdade que devo
A Tabacaria do outro lado da rua, como coisa real por fora,
E a sensacao de que tudo e sonho, como coisa real por dentro.

(...)

Alvaro de Campos

segunda-feira, 23 de junho de 2008

Para os que estao em Florianopolis

Aprofundando-se na pratica – integrando corpo, respiração e mente

Aulao de Yoga - Sabado 28/06 no Yogashala - 09 30h as 11 30h - Exibicao do curta metragem Guru


“Por mais lindamente que você consiga fazer um asana, por mais flexível que o seu corpo seja, se você não conquista a integração entre corpo, respiração e mente, não da para dizer que você esteja fazendo yoga.”

O Coração do Yoga – T.K.V Desikachar

Para fazer de sua pratica diária de yoga uma pratica cada vez mais consciente e mais conectada a realidade de seu corpo e mente, e necessário trilhar o caminho que liga asana, pranayama e dharana.

Asana e comumente traduzido como “postura”, mas, no entanto, esta palavra deriva do termo sânscrito “ficar”, “ser” ou “sentar”. Sendo assim, ela seria melhor traduzida como “assento”. Em todo e qualquer asana, desde os mais simples e ate aos que temos maior dificuldade em efetuar, o praticante deve buscar não uma postura bonita fisicamente, mas empreender uma atitude interna de observação pessoal na qual o objetivo maior e encontrar conforto e estabilidade tanto físico quanto mental e emocional.

Por sua vez, encontramos o termo pranayama relacionado a técnicas de controle respiratório. Na verdade prana designa o alento vital que abastece nosso corpo e seria levado ao mesmo através da respiração. Assim, pranayama são técnicas respiratórias para o controle e melhor absorção e distribuição do prana em nosso organismo. Técnicas como o ujjayi devem ser feitas de forma suave, sem esforço exagerado em sua execução, para ficarmos mais conscientes do fluxo de nossa respiração e também permanecermos concentrados durante a pratica.

A capacidade de concentrar nossa atenção em apenas um ponto de observação e conhecida como dharana. Deve-se sustentar a concentração ou foco de atenção em uma única direção, adquirindo assim as condições certas e intensificando a pratica de yoga. Durante a pratica de asanas a mente busca estar no momento presente, deixando de lado distrações e julgamentos que interferem negativamente. Deve-se buscar a atenção ininterrupta nas ações físicas para se permanecer de forma fluida em uma postura, mantendo a atenção na qualidade da respiração e desta forma conseguir desenvolver uma mente atenta e serena.

sábado, 21 de junho de 2008

Por que vegetariano?

Não como carne porque não pretendo matar mais e nem mesmo causar dor a nada que esteja livremente vivendo sua vida, mesmo que mais banal e desinteressante possa parecer aos olhos humanos. Motivos são inúmeros, científicos, biológicos, ecológicos, esotéricos e assim por diante. Estão todos citados e explanados em varias publicações sobre o vegetarianismo e suas vertentes.

Mas a idéia de ser assassino que me incomoda mais. A idéia de tirar vidas para alimentação quando tantas outras opções existem por ai, saltando aos olhos na exuberante natureza. Criar, confinar, alimentar, desenvolver rebanhos, assumir técnicas e construir ciências baseadas na matança indiscriminada de outros seres. Isso incomoda. Do peixe ao gado, do marisco ao faisão todos estão passeando pelo planeta por várias razoes como explicam, ou tentam explicar, religiões, credos, culturas. Contudo, um motivo que de forma alguma justifica a vida de outro ser seria a exclusiva função de alimentar a humanidade. Milhões e milhões são abatidos, esfolados, maltratados, drenados ainda em vida. E isso não escrevo para impressionar ou causar sentimento de culpa. E assim mesmo que acontece por abatedouros e granjas mundo afora.

Subjulgar violentamente outras espécies, constantemente com requintes de crueldade seria mesmo a melhor maneira de sustentar o desenvolvimento da nossa raça? Não somos nos mesmo que escrevemos, relatamos, anunciamos aos quatro ventos e por todos os lados a nossa superioridade intelectual, ética e moral sobre estas mesmas outras espécies? Mas mesmo assim levamos a vida com a mesma atitude que um vírus apresenta. Apossando, sugando energia de outro corpo, causando dor, levando a morte, e seguindo adiante para procurar mais e mais.

Há muito deixamos de interagir com a natureza de forma equânime e justa, seja ela animal, vegetal ou mesmo mineral. Olhamos a terra, o mar e o ar apenas como terreno fértil para retirar riquezas, sustento, danificá-la, alterá-la. Parasitas não seria uma boa palavra para esta atitude? Usar sem dar nada em troca. Desmatar, aterrar, represar, explodir... Há muito deixamos de adequar nossas necessidades a um ritmo natural, e de forma autoritária ditamos regras e mais regras sobre nosso planeta.



Ciro Castro

Florianopolis, 21 de junho de 2008

quinta-feira, 12 de junho de 2008

Freegan!?!

"Alain exibia um sorriso vitorioso naquela tarde de sabado acizentado do inverno parisiense. Alem da variedade de legumes e frutas que normalmente recolhe em meio as sobras do mercado no bulevar Edgar Quinet, no bairro Montparnasse, havia, minutos antes, catado lixo de um supermercado um pacote intacto de cafe empacotado a vacuo, de uma marca das mais caras. No mesmo lixo, ja 'pescou' (a giria usada pelos catadores) 500g do prestigiado queijo gruyere, e nunca saiu de la sem levar iogurtes ou mesmo pratos pre-preparados. (...)

Biologo de formacao, 44 anos, Alain Fonteneau se alimenta desde 1996 do que 'pesca' nos lixos, uma pratica que comecou por acaso. 'Ao caminhar uma vez por esse mercado, na hora em queos comerciantes partiam, notei que havia frutas em bom estado que seriam jogadas fora. Em outro dia, passando em frente a um supermercado, vi pessoas mexendo no lixo e reparei que ali tambem havia muita coisa a ser recuperada. E assim iniciei minha atividade de catador', conta".


Fonte: trecho da materia Abaixar sem se rebaixar de Fernando Eichenberg (Revista Trip - abril/2008 pg. 112)

terça-feira, 10 de junho de 2008

tipos de vegetarianos

Subdivididos muitas vezes em ovo-lacto e lacto, os vegetarianos podem tentar ou não reduzir seu uso de produtos animais não alimentícios, como fazem os veganos.

Ovo-lacto-vegetariano: não consome nenhum tipo de carne, mas inclui ovos e leite (e derivados, como queijo, iogurte etc.) em sua alimentação. Esta é a forma mais "popular" de vegetarianismo.

Lacto-vegetariano: não consome nenhum tipo de carne, mas inclui leite e derivados do leite (laticínios).

Vegano: os veganos excluem de sua alimentação todos os produtos de origem animal. Além de carnes, peixes, aves, laticínios (leite, manteiga, queijo, iogurte etc.), excluem ovos, mel, gelatina etc. Os veganos evitam o uso de couro, lã, seda e de outros produtos menos óbvios de origem animal, como óleos e secreções presentes em sabonetes, xampus, cosméticos, detergentes, perfumes, filmes etc.

O veganismo é mais um estilo de vida do que apenas uma opção alimentar. Esta opção é seguida como um princípio, pois é quase impossível ser 100% vegano, pois nesse caso o vegano não poderia ir ao cinema nem bater fotografias (porque no filme tem gelatina), não poderia andar de carro ou de ônibus, porque os pneus contêm produtos de origem animal, muitas vezes os bancos são de couro etc.

Veg: apelido resumido de vegetariano; costuma incluir os veganos.

Vegetariano estrito: originalmente o mesmo que vegano; agora pode significar vegano ou vegetariano.

Crudívoro: o crudivorismo admite apenas a ingestão de alimentos crus.

Frugívoro (ou frutívoro ou frutariano): sistema alimentar que admite apenas o consumo de fruas na alimentação.

Freegano - o freegano (uma corruptela deliberada da palavra vegano) come aquilo que encontra no lixo. Apesar de os freeganos serem mais radicais que os veganos ao se recusarem a comprar qualquer tipo de alimento, eles também são mais flexíveis, já que não têm objeções éticas a comer produtos animais que foram jogados fora. Eles querem evitar dar dinheiro àqueles que exploram os animais. Uma vez que um produto foi descartado, não faz diferença para o produtor se o alimento é consumido ou incinerado. Alguns freeganos continuam não gostando da idéia de comer um cadáver e – apesar de estarem dispostos a comer alimentos de latas de lixo – eles são bem informados sobre a contaminação fecal na carne e compreendem os riscos à saúde envolvidos em comer qualquer coisa que tenha passado por um abatedouro.



Fonte: www.vegetarianismo.com.br

Verdades Vegetarianas

  • Os animais mais fortes da terra, tais como os elefantes, os gorilas, os cavalos e os bois, sao todos vegetarianos.
  • Os vegetarianos conquistam recordes atleticos.
  • Unico atleta a vencer o triatlo no Ironman mais de duas vezes: Dave Scott (venceu 6 vezes), um vegetariano.
  • Milhoes de pessoas na India, e em outros paises, vivem, desenvolvem-se e multiplicam-se ha milhares de anos sem provar carne de especie alguma.
  • Os parentes mais proximos do homem, os grandes macacos, sao vegetarianos.
  • Mais de dez por cento da populacao inglesa e vegetariana. A cada semana cerca de 2000 ingleses viram vegetarianos.

(...)

Fonte: Vegetarianismo - elementos para uma conversa sobre - Marly Winckler

segunda-feira, 9 de junho de 2008

O que e vegetarianismo?

"Vegetarianismo e o regime alimentar segundo o qual nada que implique em sacrificio de vidas animais deva servir a alimentacao. Assim, os vegetarianos nao comem carne e seus derivados, mas podem incluir em sua alimentacao leite, laticinios e ovos. O regime vegetariano nao e, pois, exclusivamente vegetal e seu nome nao se origina de alimentacao vegetal e, sim. do latim vegetus que significa "forte", "vigoroso", "saudavel".

Os vegetarianos puros, ou vegans, excluem de sua alimentacao carnes, peixes, aves, laticinios (leite, manteiga, queijo, iogurte etc), ovos, mel, gelatina etc. Os vegans tambem evitam, sempre que possivel, o uso de couro, la, pele e seda, e de produtos menos obvios de origem animal, como oleos e secrecoes, presentes em sabonetes, xampus, cosmeticos, detergentes, perfumes, filmes etc.

A dieta ideal de cada pessoa e unica e varia segundo fatores de ordem fisico-fisiologica (idade, sexo, clima, atividade, secrecoes endocrinas, superficie corporal, condicoes fisiologicas), de acordo com seu modo de vida, seus objetivos, seu desenvolvimento, graus evolutivo etc."

Vegetarianismo - elementos para uma conversa sobre. - Marly Winckler

Vegetarianismo e ambiente

"Somos mais de 6 bilhoes de pessoas na Terra. E um numero grande a ponto de deixar muita gente aflita com a possibilidade de um colapso ambiental. Mas isso e so parte da historia. Para alimentar essa gente, criamos 1,4 bilhao de bois e vacas. Ha ainda 1 bilhao de ovelhas, 950 milhoes de porcos, 750 milhos de cabras, 500 milhoes de coelhos. Fora as aves: sao 16 bilhoes de frangos, 1 bilhao de patos, 250 milhos de gansos, 250 milhoes de perus. Ha mais de 22 bilhoes de animais vivendo para garantir a vida daqueles 6 bilhoes de humanos - e nem estou computando cavalos, perdizes, bufalos, codornas, peixes, crustaceos...

Os 6 bilhoes de humanos exercem um impacto formidavel sobre o planeta. Mas os outros 22 bilhoes tambem fazem sua parte - uma parte bem grande. Cada um deles precisa de comida, de agua, de espaco. Cada um larga no solo fezes e urina. Sem falar nos gases que soltam na atmosfera - que, sem piada, sao um contribuinte importante para o efeito estufa e o aquecimento global. Cada um tem sua cota no rapido processo de esgotamento dos recursos naturais pelo qual estamos passando".

Colecao Para Saber Mais - Vegetarianismo - Denis Russo Burgierman (pg. 48)

sexta-feira, 25 de abril de 2008

Asana ou alongamento?

स्थिर सुखम् असनम्

sthira sukham asanam

O quadragesimo sexto aforismo do Sadhana Pada do Yoga Sutra de Patanjali nao deixa duvidas - asana, ou seja, o assento, deve ser firme (sthira) e confortavel (sukham). Encontrando-se em qualquer um deles, seja em um simples paschimottanasana ou em qualquer outro considerado mais delicado, como o setubandhasana, a atitude interna de um praticante consciente deve ser sempre a mesma: conforto e estabilidade.

Não e segredo a quase ninguem que o objetivo das praticas de yoga consiste em levar seu praticante ao estado sutil de meditacao, e atraves dela atingir niveis cada vez mais intensos e profundos de samadih, libertacao ou mesmo uniao a energia eteria. Porem, para se conseguir exito em meditacao e necessario ficar por um longo tempo, muitas vezes horas, numa postura imovel. Mas quando um iniciante senta para meditar ele logo percebe a dificuldade em permanecer quieto. Dores musculares, agitacao mental, ansiedade, são apenas alguns dos obstaculos encontrados. A tradicao do Yoga afirma que esses obstaculos advem de toxinas acumuladas no corpo fisico, emocional e mental – toxinas adquiridas pela alimentacao errada, por pensamentos e atitudes pouco construtivas.

Entao como conseguir um corpo estavel e tranquilo? O Hatha Yoga surgiu como um metodo para solucionar este problema. Trabalhando corpo e mente em diversas posturas, e desta forma limpando o organismo de impurezas, com o tempo fica facil sentar e meditar com propriedade. Swami Satchidananda comenta: “A fim de conseguirmos tal postura meditativa, podemos exercitar muitas poses culturalmente adotadas como preliminares. Eis por que foi criado o Hatha Yoga” ( comentarios do Yoga Sutra – pag. 156).

Desta forma, não importa muito a modalidade ou estilo de Hatha Yoga que o praticante escolheu como sua pratica pessoal. Seja ele baseado em sequencias intensas de asana como o Ashtanga Vinyasa e Power Yoga, ou mesmo outras praticas com menos intensidade e longas permanencias, o objetivo sera sempre o mesmo: preparar o corpo para os proximos membros do Ashtanga Yoga descrito por Patanjali. Com o corpo flexivel livre de toxinas, com a mente focada livre de grandes vacilacoes, tem-se o dominio da postura, do assento e assim se estara pronto para experimentar os beneficios da concentracao intensa e depois da meditacao propriamente dita, adquirindo-se desta maneira uma atitude firme, livre das confusoes geradas por dualidades. Em seu comentario Desikachar afirma: “Praticas como a de asana comecam a corrigir as consequencias prejudiciais dos obstaculos no nivel do corpo. O bem-estar assim desenvolvido nos abre para a possibilidade de uma maior compreensao sobre nos mesmos” (O Coracao do Yoga pag. 264/265).

Asana não e um fim em si mesmo. As posturas do Yoga, tao difundidas por sua beleza plastica, não fazem parte de um sistema de ginastica indiano, ou de algum tipo de campeonato de alongamento. Fazem sim, parte de um sistema milenar passado de mestre para dissipulo que visa levar seu aspirante a estados de conciencia mais requintados, tornando-o tranquilo, disciplinado e, finalmente, impavido.

Ciro Ricardo

Florianópolis, 25 de abril de 2008.

quarta-feira, 16 de abril de 2008

sobre a velhice

"E o momento em que o homem nao tem mais receios, nao tem mais impaciencias de clareza de espirito... um momento em que todo seu poder esta controlado, mas tambem o momento em que ele sente um desejo irresistivel de descansar. Se ele ceder completamente a seu desejo de se deitar e esquecer, se ele se afundar na fadiga, tera perdido o ultimo round, e seu inimigo o reduzira a uma criatura velha e debil. Seu desejo de se retirar dominara toda sua clareza, seu poder e sabedoria.

Mas se o homem sacode sua fadiga, e vive seu destino completamente, entao podera ser chamado de um homem de conhecimento, nem que seja no breve momento em que ele consegue lutar contra seu ultimo inimigo invencivel. Esse momento de clareza, poder e conhecimento e o suficiente".


A Erva do Diabo - Carlos Castaneda (p.86)

sobre o poder

"O poder e o mais forte de todos os inimigos. E naturalmente a coisa mais facil e ceder; afinal de contas, o homem e realmente invencivel. Ele comanda; comeca correndo riscos calculados e termina estabelecendo regras, porque e um senhor.

Um homem nesse estagio quase nem nota seu terceiro inimigo se aproximando. E de repente, sem saber, certamente tera perdido a batalha. Seu inimigo o tera transformado num homem cruel e caprichoso.

- E ele perdera o poder?
- Nao, ele nunca perdera sua clareza nem seu poder.
- Entao o que o distinguara de um homem de conhecimento?
- Um homem que e derrotado pelo poder morre sem realmente saber maneja-lo. O poder e apenas uma carga em seu destino. Um homem desses nao tem dominio sobre si, e nao sabe quando ou como usar seu poder.
- A derrota por algum desses inimigos e uma derrota final?
- Claro que e final. Uma vez que esses inimigos dominem o homem, nao ha nada que ele possa fazer.
- Sera possivel, por exemplo, que o homem derrotado pelo poder veja seu erro e se emende?
- Nao. Uma vez que o homem cede, esta liquidado.
- Mas, e se ele estiver temporariamente cego pelo poder, e depois o recusar?
- Isso significa que a batalha continua. Isso significa que ele ainda esta tentando ser um homem de conhecimento. O individuo e derrotado quando nao tenta mais e se abandona.
- Mas entao, Dom Juan, sera possivel que um homem se entregue ao medo durante anos, mas que no fim ele o venca.
- Nao, isso nao e verdade. Se ele ceder ao medo, nunca mais o vencera, porque se desviara do conhecimento e nunca mais tentara. Mas se procurar aprender durante anos no meio de seu medo, acabara dominando-o, porque nunca se entregou realmente a ele.
- E como o homem pode vencer ser terceiro inimigo, Dom Juan?
- Tambem tem de desafia-lo, propositadamente. Tem de vir a compreender que o poder que parece ter adquirido, na verdade nunca e seu. Deve controlar-se em todas as ocasioes, tratando com cuidado e lealdade tudo o que aprendeu. Se conseguir ver que a clareza e o poder, sem seu controle sobre si, sao piores do que os erros, ele chegara a um ponto em que tudo esta controlado. Entao, sabera quando e como usar seu poder. E assim tera derrotado seu terceiro inimigo.

O homem estara, entao, no fim de sua jornada do saber, e quase sem perceber encontrara seu ultimo inimigo: a Velhice! Este inimigo e o mais cruel de todos, o unico que elenao conseguira derrotar completamente, mas apenas afastar".


A Erva do Diabo - Carlos Castaneda (p.84 - 86)

sobre a clareza

"E assim ele encontra seu segundo inimigo: a Clareza! Essa clareza de espirito, que e tao dificil de obter, elimina o medo, mas tambem cega.

Obriga o homem a nunca duvidar de si. Da-lhe a seguranca de que ele pode fazer o que bem entender, pois ele ve tudo claramente. E ele e corajoso porque e claro e nao para diante de nada porque e claro. Mas tudo isso e um engano; e como uma coisa incompleta. Se o homem sucumbir a esse poder de faz-de-conta, sucumbiu a seu segundo inimigo e tateara com a aprendizagem ate acabar incapaz de aprender mais qualquer coisa.

- O que acontece com um homem que e derrotado assim, Dom Juan? Ele morre por isso?

- Nao, nao morre. Seu inimigo acaba de impedi-lo de se tornar um homem de conhecimento; em vez disso, o homem pode tornar-se um guerreiro valente, ou um palhaco. No entanto, a clareza, pela qual ele pagou tao caro, nunca mais se transformara de novo em trevas ou medo. Sera claro enquanto viver, mas nao aprendera nem desejara nada.

- Mas o que tem de fazer para nao ser vencido?

- Tem de fazer o que fez com o medo: tem de desafiar sua clareza e usa-la so para ver, e esperar com paciencia e medir com cuidado antes de dar novos passos; deve pensar, acima de tudo, que sua clareza e quase um erro. E vira um momento em que ele compreendera que sua clareza era apenas um ponto diante de sua vista. E assim ele tera vencido seu segundo inimigo, e estara numa posicao em que nada mais o podera prejudica-lo. Isso nao sera um engano. Nao sera um ponto diante da vista. Sera o verdadeiro poder.

Ele sabera a essa altura que o poder que vem buscando ha tanto tempo e seu, por fim. Pode fazer o que quiser com ele. Seu aliado esta as suas ordens. Seu desejo e a ordem. Ve tudo o que esta em volta. Mas tambem encontrou seu terceiro inimigo: o Poder!"


A Erva do Diabo - Carlos Castaneda ( p.85)

sobre o medo

Domingo, 15 de abril de 1962

Quando eu estava me preparando para partir, tornei a lhe perguntar acerca dos inimigos do homem de conhecimento. Argumentei que ia passar algum tempo sem voltar, e que seria uma boa ideia escrever as coisas que ele tivesse a dizer e pensar a respeito enquanto estivesse fora. Hesitou um pouco, mas depois comecou a falar:

- Quando um homem comeca a aprender, ele nunca sabe muito claramente quais seus objetivos. Seu proposito e falho; sua intensao, vaga. Espera recompensas que nunca se materializarao, pois nao conhece nada das dificuldades da aprendizagem.

"Devagar, ele comeca a aprender ... a principio, pouco a pouco, e depois em porcoes grandes. E logo seus pensamentos entram em choque. O que aprende nunca e o que ele imaginava, de modo que comeca a ter medo. Aprender nunca e o que se espera. Cada passo da aprendizagem e uma nova tarefa, e o medo que o homem sente comeca a crescer impiedosamente, sem ceder. Seu proposito torna-se um campo de batalha."

"E assim ele se deparou com o primeiro de seus inimigos naturais: o Medo! Um inimigo terrivel, traicoeiro, e dificil de vencer. Permanece oculto em todas as voltas do caminho, rondando, a espreita. E se o homem, apavorado com sua presenca, foge, seu inimigo tera posto um fim a sua busca".

- O que acontece com o homem se ele fugir com medo?
- Nada lhe acontece, a nao ser que nunca aprendera. Nunca se tornara um homem de conhecimento. Talvez se torne um tirano, ou um pobre homem apavorado e inofensivo; de qualquer forma, sera um homem vencido. Seu primeiro inimigo tera posto um fim a seus desejos.
- E o que pode ele fazer para vencer o medo?
- A resposta e muito simples. Nao deve fugir. Deve desafiar o medo, e, a despeito dele, deve dar o passo seguinte na aprendizagem, e o seguinte, e o seguinte. Deve ter medo, plenamente, e no entanto nao deve parar. E esta a regra! E o momento chegara em que seu primeiro inimigo recua. O homem comeca a se sentir seguro de si. Seu proposito torna-se mais forte. Aprender nao e mais uma tarefa aterradora. Quando chega esse momento feliz, o homem pode dizer sem hesitar que derrotou seu primeiro inimigo natural.
- Isso acontece de uma vez, Dom Juan, ou aos poucos?
- Acontece aos poucos e no entanto o medo e vencido de repente e depressa.
- Mas o homem nao tera medo outra vez, se lhe acontecer alguma coisa nova?
- Nao. Uma vez que o homem venceu o medo, fica livre dele o resto da vida, porque, em vez do medo, ele adquiriu a clareza... uma clareza de espirito que apaga o medo. Entao, o homem ja conhece seus desejos; sabe como satisfaze-los. Pode antecipar os novos passos na aprendizagem e uma clareza viva cerca tudo. O homem sente que nada lhe oculta.

A Erva do Diabo - Carlos Castaneda (p.82 - 84)

terça-feira, 8 de abril de 2008

seMpRE CeRtO Na ContrAMaO

Carrego pr'onde vouO peso do meu som
Lotando minha bagagemMeu maracatu pesa uma tonelada de surdezE pede passagemMeu maracatu pesa uma tonelada...Sempre foi atômico Agora biônico, eletro-soulsônicoAlterando as batidas No azougue pesado Em ritmo crônicoTropa de todos os baques existentesDe longe tremendo e rachando os batentesMutante até lá adiantePois a zoada se escuta distanteLevando o baque do trovãoSempre certo na contramãoCarrego pr'onde vou O peso do meu somLotando minha bagagemMeu maracatu pesa uma tonelada de surdez E pede passagemMeu maracatu pesa uma tonelada

trovãoSempre certo na contramãotrovãoSempre certo na contramãotrovãoSempre certo na contramãotrovãoSempre certo na contramãotrovãoSempre certo na contramãotrovãoSempre certo na contramãotrovãoSempre certo na contramãotrovãoSempre certo na contramão

sexta-feira, 4 de abril de 2008

Alem ... a plenitude

"Ha algo para alem da nossa consciencia e que habita em silencio nela. E o supremo misterio que ultrapassa o pensamento. Apoiai a vossa consciencia e o vosso corpo sutil nesse algo e nao mais o apoies em nenhuma outra coisa."

Maitri Upanishad, VI:19

segunda-feira, 17 de março de 2008

O silencio

antesdeexistircomputadorexistiatevêantesdeexistirtevêexistialuzelétricaantesdeexistirluzelétricaexistia bicicletaantesdeexistirbicicletaexistiaenciclopédiaantesdeexistirenciclopédiaexistiaalfabetoantesdeexistir alfabetoexistiaavozantesdeexistiravozexistiaosilêncioosilênciofoiaprimeiracoisaqueexistiuumsilêncio queninguémouviuastropelocéuemmovimentoeosomdogeloderretendoobarulhodocabeloemcrescimentoe amúsicadoventoeamatériaemdecomposiçãoabarrigadigerindoopãoexplosãodesementesobochãodiamante nascendodocarvãohomempedraplantabichoflorluzelétricatevêcomputadorbatedeira,liquidificadorvamos ouviressesilênciomeuamoramplificadonoamplificadordoestetoscópiododoutornoladoesquerdodopeito essetambor

arnaldoantunes

domingo, 16 de março de 2008

revolta e protestos no Tibet

Enquanto o circulo mundial de formula Um se inicia na Australia, ali pertinho, tambem do outro lado do mundo, a opressao hoje cinquentenaria ao Tibet perpetua-se. Protestos pacificos e manifestacoes em memoria ao exilio de Dalai Lama sao silenciadas comumente com violencia pelo governo chines. Violencia mais sutil ocorre sorrateiramente pela capital Lhasa, que ve sua cultura definhar ante a ocupacao chinesa. Relatos de jornalistas afirmam que a cidade tibetana e suas caracteristicas marcantes so respira em poucos e restristos pontos, fagocitada pela historica industria cultural do partido comunista.

Mais infos:

http://www1.folha.uol.com.br/folha/mundo/ult94u382303.shtml

sábado, 15 de março de 2008

Um grande lago de sonhos

" (...) Eu continuo com a sensacao de que quando Milo ganha na verdade ele perde e quando perde, ganha, tudo e efemero, nao pode ser agarrado com a mao, e sofrimento! O dinheiro pode ser agarrado com a mao, eu queria comprar para mim uma maquina de escrever nova com o dinheiro que eu tinha mas olha so! nao ha paciencia na eternidade! eternidade! significando mais que todo o tempo e alem dessa porcaria toda e para sempre! Milo, voce nao pode ganhar, voce nao pode perder, tudo e efemero, tudo e sofrimento! E isso que sinto! Sou um jogador astuto... Mas nao vou apostar no Ceu! Esse e o valor exato do ensinamento que me foi dado por Cristo! ou Buda! ou Maome! ou o Tora! Mesmo se ele tiver, no fim, um dia excelente, se todo cavalo chegar em primeiro e ele ganhar dinheiro voce vai se virar e dizer 'Buck, seu filho-da-mae, se voce tivesse arrancado dois miseros dolares desses seus jeans em cada pareo e tivesse feito o que eu falei, teria ganhado uma linda nota de cinquenta esta noite'. Para que uma nota de cinquenta para Buck, tudo o que ele quer sao 35 centavos!"

Geracao Beat - Jack Kerouac

Sincronicidade

"Quanta areia tem de ser retirada do fundo do oceano Pacifico cada vez que voce derrama o suco da alegria na imensidao vazia do espaco, e isso nao importa nada."

Geracao Beat - Jack Kerouac

quarta-feira, 12 de março de 2008

Meditativo

"O essencial e saber ver. Saber ver
sem estar a pensar. Saber ver quando
se ve, e nem pensar quando
se ve, nem ver quando se pensa"

Fernando Pessoa

MInha mente

"Como um homem preso na areia movedica, se agitando e se debatendo, deste modo os seres afundam na confusao de seus proprios pensamentos".

Nagarjuna, sabio indiano do seculo III

a liberdade

" O fim supremo para o sabio indiano nao e a posse da verdade, mas a libertacao, a conquista da liberdade absoluta. (...) 'Libertar-se' equivale a impor-se outro plano de existencia, a apropriar-se de outro modo de ser, transcendendo a condicao humana. Isto quer dizer que para a India o conhecimento metafisico nao se traduz apenas em termos de ruptura e morte ('rompendo' a condicao humana, 'morre-se' para tudo aquilo que e humano), mas implica necessariamente uma consequencia de natureza mistica, ou seja, o re-nascimento em um modo de ser nao-condicionado, que e liberacao, liberdade absoluta."

Yoga, imortalidade e liberdade - Mircea Eliade